A Unidos do Porto da Pedra aumentou o seu time de musas para
o próximo carnaval. São três beldades vindas diretamente dos Estados Unidos,
que desfilarão em frente ao carro do grande homenageado, Antonio Pitanga. A
americana Kristina Hayes, a brasileira Elaine Debrito, e a mexicana
naturalizada americana, Rachel Montiel.
Elas terão uma importante função técnica no desfile da
escola, servem como referência na ocupação de espaço em alguns setores. Além
disso prometem muita dedicação e interação com a comunidade vermelha e branca
gonçalense.
O tigre de São Gonçalo desfilará no sábado de carnaval, e será
a quarta agremiação a entrar no Sambódromo com o enredo “Antonio Pitanga: um
negro em movimento“, desenvolvido pelo carnavalesco Jaime Cezário.
Kristina Hayes
“Minha jornada no Samba foi sobre descobertas e
transformações na minha vida. Muitas vezes quando somos jovens tentamos
entender que tipo de pessoa nós gostaríamos de ser. Que tipo de pessoa
gostaríamos que o mundo visse em nós mesmos.
Quando descobri o samba eu era muito nova, como uma pedra
bruta, eu ainda precisava ser lapidada. Eu estava mais interessada em jogar
futebol que usar maquiagem e ser glamurosa.
O Samba me ajudou a descobrir a mulher que existia em mim,
feminilidade e o poder de ser mulher. Eu descobri a sensualidade do meu corpo e
com o tempo, isso me ajudou a amar e celebrar cada centímetro de mim.
Eu também ADORO a empatia para com o próximo que o samba me
trouxe. Ainda que seja dançando casualmente ou em apresentações, o samba sempre
trás emoções a flor da pele.
Como uma mulher Afro descendente, o ritmo trás a tona minhas
raízes - que talvez, somente meus ancestrais entenderiam.
Minha maior inspiração é assistir as pessoas a meu redor a
continuarem a brilhar. Samba é pra mim é como uma entidade viva, e assistir
meus mentores no Planeta Azul (nosso grupo de Samba Show em Chicago) crescendo
e cuidadosamente se dedicando, respeitando artisticamente nossa integridade no
Samba, me impulsiona a seguir em frente. É inspirador estar em um time que visa
sempre a ser a melhor versão de nós mesmas!
Artisticamente, eu me inspiro no trabalho incrível do
Carlinhos do Salgueiro, Egili Oliveira, Bellinha Delfim e Mayara Lima. Eu tive
o imenso prazer de treinar com o Carlinhos e Egili e vê-los como eles são
disciplinados, me motiva a me dedicar ainda mais!
Quando desfilei como passista oficial pela primeira vez e me
dei conta que estava DENTRO do Sambódromo e estava pisando em um chão que tem
tanta história foi incrível! Nunca em nem nos meus sonhos eu teria imaginado a
sensação e emoção que senti naquele momento! A única coisa que sei com certeza
é que isso vicia.
Ser Musa pra mim é como incorporar o espírito do Samba,
representando a cultura da escola, e colocar em uma forma divina pra contar a
história do enredo da escola.
É uma honra ter sido selecionada - e o posto deve ser
recebido e aceito com humildade, respeito e reverência.
Eu pretendo representar as lindas musas da Porto da Pedra
que vieram antes de mim!”
Elaine Debrito
“Desde pequena me lembro de assistir o carnaval sonhando um
dia fazer parte desse espetáculo incrível.
Lembro de enredos que marcaram minha infância impossíveis de
serem esquecidos como Explode coração, Bumbum Paticumbum e Sonhar não custa
nada, entre tantos outros...
Em 2004 minha tive estréia na Avenida no carro alegórico
pela Tradição e foi uma emoção incrível, muito maior do que eu poderia
imaginar...
Minha amiga ia desfilar pela Tradição e precisava comparecer
aos ensaios e pediu que eu a acompanhasse. Quando pisei na quadra foi um
sentimento que eu não sei explicar, parecia até experiências de outras vidas,
como se tudo fosse muito familiar!
Naquela mesma noite fui convidada a desfilar pela escola no
carro alegórico.
Depois disso saí na Caprichosos de Pilares e Império
Serrano.
Em 2008 me mudei para os Estados Unidos e acabei não
desfilando desde então mas esse ano estou de volta pra e dessa vez cheguei pra
ficar!
Musas e Rainhas como Viviane Araújo, Luma de Oliveira, Luiza
Brunet que são memórias de mulheres que me inspiraram a um dia ser Musa.
Além delas admiro muito a Evelyn Bastos, que é uma rainha de
bateria linda, simples e extremamente talentosa.
Minha estréia no carnaval. Como falei antes, não esperava
que seria convidada a desfilar.
Eu estava com minha amiga na quadra quando de repente uma
mulata se aproxima e pergunta se eu gostaria de desfilar, apesar de nem saber
sambar na época não precisei nem pensar sobre, a resposta foi Sim de imediato
Esse é um sonho que estou tendo a oportunidade de realizar e
só posso agradecer a Porto da Pedra por nos receber de braços abertos além do
Alex Coutinho por todo apoio e fazer que meu sonho se tornasse realidade
e principalmente as Meninas do Planeta Azul, nosso grupo de
Samba show em Chicago, em especial a Rachel Montiel por todo o apoio, carinho e
respeito.”
Rachel Montiel,
Mexicana
“A primeira vez que eu ouvi música brasileira foi quando
minha mãe tocou garota de Ipanema.
A primeira vez que eu vi na tv sobre Carnaval eu tinha mais
ou menos 5 anos de idade e me apaixonei pelo samba. Ainda posso me lembrar da
exata sensação e emoção que senti naquele momento.
Ainda hoje a emoção é a mesma quando ouço uma linda Bossa
Nova ou a Bateria das Escolas de Samba
Eu tenho 4 grande inspirações no Samba:
1) Os mestres no Rio como Carlinhos do Salgueiro, Egili
Oliveira e Alex Coutinho.
É impossível mencionar todos os nomes, é como se uma mãe
tivesse que escolher o filho favorito.
2) As passistas do mundo inteiro que se dedicam praticando,
evoluindo e inspirando outras a perceber seu potencial. Amo assistí-las
evoluindo no samba
3) Meu leal e dedicado time onde moro que me amam e estão
sempre me encorajando. Elas tem estado nos melhores e piores momentos comigo e
eu não estaria aqui se não fosse por elas.
4) Meu noivo, o Brasileiro guitarrista e cantor Luciano
Antonio, que nos piores momentos está sempre ao meu lado e com todo amor me da
apoio no meu sonho que é continuar me apresentando e compartilhando minha
paixão pelo samba.
Eu tenho sido muito abençoada com inúmeras experiências com
Carnaval mas a melhor de todas é a minha primeira visita ao Sambódromo.
Conforme íamos nos aproximando eu podia sentir o poder da
percussão pulsando através da minha alma. Naquele momento eu chorei mas minhas
lágrimas eram de gratidão.
Foi uma experiência similar de quando vi as Pirâmides do
México e a Estátua da Liberdade em Nova York. Eu nunca imaginei que eu viveria
essa expêriência que é o Carnaval.
Até hoje a bateria me emociona.
Palavras não são suficientes para expressar minha gratidão e
alegria de ser Musa.
Ser Musa vem com a imensa responsabilidade de servir e
representar a comunidade para o mundo inteiro.
Eu venho de coração aberto e muito amor dizer que sirvo e
represento minha Comunidade da Porto da Pedra.”
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