Autores: Alex Oliveira, Edson Pereira, Clark
Mangabeira e Victor Marques
Abrem-se
os caminhos para a mais antiga da Zona Oeste,
nos
quais, passo ante passo, a comunidade enaltece,
com
a força, o suor e o sangue vermelho do Pavilhão,
as
histórias de vitórias e devoção!
E
nesse caminhar engajado e emocionado,
grita,
Bangu, bem alto!
Ferve
a Sapucaí hoje e sempre!
Entra
forte na avenida com os Deuses à frente,
pois
grandes raízes têm as mais fortes sementes!
O
tapete da vitória, assim, se estende, e
com
lágrimas de alegria,
louros
e glória a toda tua gente!
Tapete
estendido para a estória então,
Vêm
os deuses coroar dando, à grande raiz, a criação!
Inti,
o Deus Sol que tudo abrange, a ela concedeu energia!
Pacha
Mama, com as mãos dedicadas à semeação,
ofereceu,
à raiz, a força da vida:
nutriu-lhe
de nutrição,
predestinou-a
à satisfação.
Do
alto da Cordilheira ao sul do mundo,
a
qual tocava os céus,
desciam
as raízes que, incessantes, alimentariam nobres reis e o povaréu!
Era
a predestinação:
matar
a fome nos quatro cantos de forma simples,
sem
coroação,
mas
carregado, o tubérculo, de força, sublime realização.
Sorrindo-lhe
a bem-aventurança divina,
atravessou
o mar com espanhóis para aportar na Europa.
Esparramou-se
nos solos da terra de lá,
ofertando-se
a raiz dos Incas ao antigo continente,
requinte
de bondade andina com os esfomeados, coitados!
Boa
fartura no lugar das revezes,
e
a beleza das flores do tubérculo na lapela dos reis que a olhavam de soslaio.
Pois,
sem lugar na Bíblia, primeiro causou dúvida e espanto;
o
medo, a fome, contudo, suplantando!
Na
dor das barrigas vazias, venceu, o tubérculo, o cansaço:
reis
ordenaram sua plantação,
papas
comiam-no, pela saúde, em oração,
e,
enfim, a aceitação:
eis
a raiz de um Novo em um Velho Mundo,
os
pilares de toda refeição,
a
base alimentar!
O
mundo sonhando sem a dor da fome!
A
raiz, potente, fazendo seu nome.
Sem
interromper as teias do destino,
surgiram
novos caminhos!
À
época da vinda da Família Real,
aportou,
a raiz, nesta terra indígena postulada por Cabral.
E,
aqui, os deuses do alto da Cordilheira reviram seus irmãos da Floresta:
Sumé,
sábio, recebeu a raiz parecida com a já conhecida por matar a fome dos seus,
Jetica,
mais doce do que a nova trazida,
e
a fartura das duas raízes, comungadas:
roças
firmes para ambas em juntas moradas.
Velho
e Novo mundos (re)unidos em plantação!
Pelas
bandas de cá, as raízes estiveram e chegaram com a imigração.
O
nobre feito de matar fome de um mundo inteiro dada
às
mãos do trabalhador brasileiro,
aos
seus pés rachados na terra dura sem esmero,
às
enxadas firmes para manter a vida da raiz, para nós e por ela!
A
força que vem do tubérculo usado para plantar ele próprio,
batendo
forte, pelo sustento, o rijo ferro na mãe-terra!
Comam,
pois, mundo inteiro!
Brasil,
vocação para celeiro!
Finaliza,
portanto, Bangu, teu canto
nesta
festa animada,
saudando
aquilo que, quando nasce, comem todos, e, dela, não sobra nada;
confraternizando
com aquilo que, quando nasce, espalha rama pelo chão!
Eis,
aqui hoje, querido pavilhão, a raiz que, convenhamos, precisa ser nomeada?
Pelo
sim, pelo não,
está
aí a homenagem:
um
grande salve
à
guerreira batata.
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